Provérbio: Advertência contra a mulher adúltera

  1. Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe;
  2. ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço.
  3. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.
  4. Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida;
  5. para te guardarem da vil mulher e das lisonjas da mulher alheia.
  6. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender com as suas olhadelas.
  7. Por uma prostituta o máximo que se paga é um pedaço de pão, mas a adúltera anda à caça de vida preciosa.
  8. Tomará alguém fogo no seio, sem que as suas vestes se incendeiem?
  9. Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés?
  10. Assim será com o que se chegar à mulher do seu próximo; não ficará sem castigo todo aquele que a tocar.
  11. Não é certo que se despreza o ladrão, quando furta para saciar-se, tendo fome?
  12. Pois este, quando encontrado, pagará sete vezes tanto; entregará todos os bens de sua casa.
  13. O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa.
  14. Achará açoites e infâmia, e o seu opróbrio nunca se apagará.
  15. Porque o ciúme excita o furor do marido; e não terá compaixão no dia da vingança.
  16. Não se contentará com o resgate, nem aceitará presentes, ainda que sejam muitos.

Provérbio: Advertência contra a maldade

  1. O homem de Belial, o homem vil, é o que anda com a perversidade na boca,
  2. acena com os olhos, arranha com os pés e faz sinais com os dedos.
  3. No seu coração há perversidade; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contendas.
  4. Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente, será quebrantado, sem que haja cura.
  5. Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina:
  6. olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
  7. coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,
  8. testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.

Provérbio: Advertência contra a preguiça

  1. Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio.
  2. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante,
  3. no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento.
  4. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?
  5. Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso,
  6. assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

Provérbio: Advertência contra o servir de fiador

  1. Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro e se te empenhaste ao estranho,
  2. estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca.
  3. Agora, pois, faze isto, filho meu, e livra-te, pois caíste nas mãos do teu companheiro: vai, prostra-te e importuna o teu companheiro;
  4. não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras;
  5. livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro.

Provérbio: Advertência contra a lascívia

  1. Filho meu, atende a minha sabedoria; à minha inteligência inclina os ouvidos
  2. para que conserves a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento;
  3. porque os lábios da mulher adúltera destilam favos de mel, e as suas palavras são mais suaves do que o azeite;
  4. mas o fim dela é amargoso como o absinto, agudo, como a espada de dois gumes.
  5. Os seus pés descem à morte; os seus passos conduzem-na ao inferno.
  6. Ela não pondera a vereda da vida; anda errante nos seus caminhos e não o sabe.
  7. Agora, pois, filho, dá-me ouvidos e não te desvies das palavras da minha boca.
  8. Afasta o teu caminho da mulher adúltera e não te aproximes da porta da sua casa;
  9. para que não dês a outrem a tua honra, nem os teus anos, a cruéis;
  10. para que dos teus bens não se fartem os estranhos, e o fruto do teu trabalho não entre em casa alheia;
  11. e gemas no fim de tua vida, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo,
  12. e digas: Como aborreci o ensino! E desprezou o meu coração a disciplina!
  13. E não escutei a voz dos que me ensinavam, nem a meus mestres inclinei os ouvidos!
  14. Quase que me achei em todo mal que sucedeu no meio da assembléia e da congregação.
  15. Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço.
  16. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e, pelas praças, os ribeiros de águas?
  17. Sejam para ti somente e não para os estranhos contigo.
  18. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade,
  19. corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias.
  20. Por que, filho meu, andarias cego pela estranha e abraçarias o peito de outra?
  21. Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele considera todas as suas veredas.
  22. Quanto ao perverso, as suas iniqüidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido.
  23. Ele morrerá pela falta de disciplina, e, pela sua muita loucura, perdido, cambaleia.

Salmo 15: O cidadão dos céus

Salmo de Davi

  1. Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte?
  2. O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade;
  3. o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho;
  4. o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao SENHOR; o que jura com dano próprio e não se retrata;
  5. o que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado.

Salmo 14: A corrupção do pecador e sua redenção

Ao mestre de canto. Salmo de Davi

  1. Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem.
  2. Do céu olha o SENHOR para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus.
  3. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
  4. Acaso, não entendem todos os obreiros da iniqüidade, que devoram o meu povo, como quem come pão, que não invocam o SENHOR?
  5. Tomar-se-ão de grande pavor, porque Deus está com a linhagem do justo.
  6. Meteis a ridículo o conselho dos humildes, mas o SENHOR é o seu refúgio.
  7. Tomara de Sião viesse já a salvação de Israel! Quando o SENHOR restaurar a sorte do seu povo, então, exultará Jacó, e Israel se alegrará.

Salmo 13: Oração de fé

Ao mestre de canto. Salmo de Davi

  1. Até quando, SENHOR? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto?
  2. Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?
  3. Atenta para mim, responde-me, SENHOR, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte;
  4. para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar.
  5. No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação.
  6. Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem.

Salmo 12: Auxílio contra a falsidade

Ao mestre de canto. Em tom de oitava. Salmo de Davi

  1. Socorro, SENHOR! Porque já não há homens piedosos; desaparecem os fiéis entre os filhos dos homens.
  2. Falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios bajuladores e coração fingido.
  3. Corte o SENHOR todos os lábios bajuladores, a língua que fala soberbamente,
  4. pois dizem: Com a língua prevaleceremos, os lábios são nossos; quem é senhor sobre nós?
  5. Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, eu me levantarei agora, diz o SENHOR; e porei a salvo a quem por isso suspira.
  6. As palavras do SENHOR são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro, depurada sete vezes.
  7. Sim, SENHOR, tu nos guardarás; desta geração nos livrarás para sempre.
  8. Por todos os lugares andam os perversos, quando entre os filhos dos homens a vileza é exaltada.

Salmo 11: O senhor é forte refúgio

Ao mestre de canto. Salmo de Davi.

  1. No SENHOR me refugio. Como dizeis, pois, à minha alma: Foge, como pássaro, para o teu monte?
  2. Porque eis aí os ímpios, armam o arco, dispõem a sua flecha na corda, para, às ocultas, dispararem contra os retos de coração.
  3. Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?
  4. O SENHOR está no seu santo templo; nos céus tem o SENHOR seu trono; os seus olhos estão atentos, as suas pálpebras sondam os filhos dos homens.
  5. O SENHOR põe à prova ao justo e ao ímpio; mas, ao que ama a violência, a sua alma o abomina.
  6. Fará chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu cálice.
  7. Porque o SENHOR é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face.