Provérbio: Conselhos para o rei Lemuel

Palavras do rei Lemuel, de Massá, as quais lhe ensinou sua mãe.

  1. Que te direi, filho meu? Ó filho do meu ventre? Que te direi, ó filho dos meus votos?
  2. Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos, às que destroem os reis.
  3. Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte.
  4. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos.
  5. Dai bebida forte aos que perecem e vinho, aos amargurados de espírito;
  6. para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e de suas fadigas não se lembrem mais.
  7. Abre a boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados.
  8. Abre a boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados.
  9. Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias.
  10. O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho.
  11. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida.
  12. Busca lã e linho e de bom grado trabalha com as mãos.
  13. É como o navio mercante: de longe traz o seu pão.
  14. É ainda noite, e já se levanta, e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas.
  15. Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho.
  16. Cinge os lombos de força e fortalece os braços.
  17. Ela percebe que o seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite.
  18. Estende as mãos ao fuso, mãos que pegam na roca.
  19. Abre a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado.
  20. No tocante à sua casa, não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate.
  21. Faz para si cobertas, veste-se de linho fino e de púrpura.
  22. Seu marido é estimado entre os juízes, quando se assenta com os anciãos da terra.
  23. Ela faz roupas de linho fino, e vende-as, e dá cintas aos mercadores.
  24. A força e a dignidade são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações.
  25. Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua.
  26. Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça.
  27. Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo:
  28. Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.
  29. Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada.
  30. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras.

Provérbio: As palavras de Agur

Palavras de Agur, filho de Jaque, de Massá. Disse o homem:

  1. Fatiguei-me, ó Deus; fatiguei-me, ó Deus, e estou exausto
  2. porque sou demasiadamente estúpido para ser homem; não tenho inteligência de homem,
  3. não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.
  4. Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?
  5. Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam.
  6. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso.
  7. Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra:
  8. afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário;
  9. para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus.
  10. Não calunies o servo diante de seu senhor, para que aquele te não amaldiçoe e fiques culpado.
  11. Há daqueles que amaldiçoam a seu pai e que não bendizem a sua mãe.
  12. Há daqueles que são puros aos próprios olhos e que jamais foram lavados da sua imundícia.
  13. Há daqueles—quão altivos são os seus olhos e levantadas as suas pálpebras!
  14. Há daqueles cujos dentes são espadas, e cujos queixais são facas, para consumirem na terra os aflitos e os necessitados entre os homens.
  15. A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: Basta!
  16. Elas são a sepultura, a madre estéril, a terra, que se não farta de água, e o fogo, que nunca diz: Basta!
  17. Os olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência à sua mãe, corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos.
  18. Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo:
  19. o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma donzela.
  20. Tal é o caminho da mulher adúltera: come, e limpa a boca, e diz: Não cometi maldade.
  21. Sob três coisas estremece a terra, sim, sob quatro não pode subsistir:
  22. sob o servo quando se torna rei; sob o insensato quando anda farto de pão;
  23. sob a mulher desdenhada quando se casa; sob a serva quando se torna herdeira da sua senhora.
  24. Há quatro coisas mui pequenas na terra que, porém, são mais sábias que os sábios:
  25. as formigas, povo sem força; todavia, no verão preparam a sua comida;
  26. os arganazes, povo não poderoso; contudo, fazem a sua casa nas rochas;
  27. os gafanhotos não têm rei; contudo, marcham todos em bandos;
  28. o geco, que se apanha com as mãos; contudo, está nos palácios dos reis.
  29. Há três que têm passo elegante, sim, quatro que andam airosamente:
  30. O leão, o mais forte entre os animais, que por ninguém torna atrás;
  31. o galo, que anda ereto, o bode e o rei, a quem não se pode resistir.
  32. Se procedeste insensatamente em te exaltares ou se maquinaste o mal, põe a mão na boca.
  33. Porque o bater do leite produz manteiga, e o torcer do nariz produz sangue, e o açular a ira produz contendas.

Provérbio: A repreensão endurece a cerviz

  1. O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura.
  2. Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira.
  3. O homem que ama a sabedoria alegra a seu pai, mas o companheiro de prostitutas desperdiça os bens.
  4. O rei justo sustém a terra, mas o amigo de impostos a transtorna.
  5. O homem que lisonjeia a seu próximo arma-lhe uma rede aos passos.
  6. Na transgressão do homem mau, há laço, mas o justo canta e se regozija.
  7. Informa-se o justo da causa dos pobres, mas o perverso de nada disso quer saber.
  8. Os homens escarnecedores alvoroçam a cidade, mas os sábios desviam a ira.
  9. Se o homem sábio discute com o insensato, quer este se encolerize, quer se ria, não haverá fim.
  10. Os sanguinários aborrecem o íntegro, ao passo que, quanto aos retos, procuram tirar-lhes a vida.
  11. O insensato expande toda a sua ira, mas o sábio afinal lha reprime.
  12. Se o governador dá atenção a palavras mentirosas, virão a ser perversos todos os seus servos.
  13. O pobre e o seu opressor se encontram, mas é o SENHOR quem dá luz aos olhos de ambos.
  14. O rei que julga os pobres com eqüidade firmará o seu trono para sempre.
  15. A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe.
  16. Quando os perversos se multiplicam, multiplicam-se as transgressões, mas os justos verão a ruína deles.
  17. Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma.
  18. Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz.
  19. O servo não se emendará com palavras, porque, ainda que entenda, não obedecerá.
  20. Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele.
  21. Se alguém amimar o escravo desde a infância, por fim ele quererá ser filho.
  22. O iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões.
  23. A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra.
  24. O que tem parte com o ladrão aborrece a própria alma; ouve as maldições e nada denuncia.
  25. Quem teme ao homem arma ciladas, mas o que confia no SENHOR está seguro.
  26. Muitos buscam o favor daquele que governa, mas para o homem a justiça vem do SENHOR.
  27. Para o justo, o iníquo é abominação, e o reto no seu caminho é abominação ao perverso.

Provérbio: Dizeres antiéticos

  1. Fogem os perversos, sem que ninguém os persiga; mas o justo é intrépido como o leão.
  2. Por causa da transgressão da terra, mudam-se freqüentemente os príncipes, mas por um, sábio e prudente, se faz estável a sua ordem.
  3. O homem pobre que oprime os pobres é como chuva que a tudo arrasta e não deixa trigo.
  4. Os que desamparam a lei louvam o perverso, mas os que guardam a lei se indignam contra ele.
  5. Os homens maus não entendem o que é justo, mas os que buscam o SENHOR entendem tudo.
  6. Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso, nos seus caminhos, ainda que seja rico.
  7. O que guarda a lei é filho prudente, mas o companheiro de libertinos envergonha a seu pai.
  8. O que aumenta os seus bens com juros e ganância ajunta-os para o que se compadece do pobre.
  9. O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.
  10. O que desvia os retos para o mau caminho, ele mesmo cairá na cova que fez, mas os íntegros herdarão o bem.
  11. O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; mas o pobre que é sábio sabe sondá-lo.
  12. Quando triunfam os justos, há grande festividade; quando, porém, sobem os perversos, os homens se escondem.
  13. O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.
  14. Feliz o homem constante no temor de Deus; mas o que endurece o coração cairá no mal.
  15. Como leão que ruge e urso que ataca, assim é o perverso que domina sobre um povo pobre.
  16. O príncipe falto de inteligência multiplica as opressões, mas o que aborrece a avareza viverá muitos anos.
  17. O homem carregado do sangue de outrem fugirá até à cova; ninguém o detenha.
  18. O que anda em integridade será salvo, mas o perverso em seus caminhos cairá logo.
  19. O que lavra a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que se ajunta a vadios se fartará de pobreza.
  20. O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo.
  21. Parcialidade não é bom, porque até por um bocado de pão o homem prevaricará.
  22. Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria.
  23. O que repreende ao homem achará, depois, mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua.
  24. O que rouba a seu pai ou a sua mãe e diz: Não é pecado, companheiro é do destruidor.
  25. O cobiçoso levanta contendas, mas o que confia no SENHOR prosperará.
  26. O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria será salvo.
  27. O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele esconde os olhos será cumulado de maldições.
  28. Quando sobem os perversos, os homens se escondem, mas, quando eles perecem, os justos se multiplicam.

Provérbio: A glória da luz do dia

  1. Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz.
  2. Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estrangeiro, e não os teus lábios.
  3. Pesada é a pedra, e a areia é uma carga; mas a ira do insensato é mais pesada do que uma e outra.
  4. Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja?
  5. Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.
  6. Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos.
  7. A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.
  8. Qual ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lar.
  9. Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial.
  10. Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai, nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade. Mais vale o vizinho perto do que o irmão longe.
  11. Sê sábio, filho meu, e alegra o meu coração, para que eu saiba responder àqueles que me afrontam.
  12. O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena.
  13. Tome-se a roupa àquele que fica fiador por outrem; e, por penhor, àquele que se obriga por mulher estranha.
  14. O que bendiz ao seu vizinho em alta voz, logo de manhã, por maldição lhe atribuem o que faz.
  15. O gotejar contínuo no dia de grande chuva e a mulher rixosa são semelhantes;
  16. contê-la seria conter o vento, seria pegar o óleo na mão.
  17. Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo.
  18. O que trata da figueira comerá do seu fruto; e o que cuida do seu senhor será honrado.
  19. Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem.
  20. O inferno e o abismo nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem.
  21. Como o crisol prova a prata, e o forno, o ouro, assim, o homem é provado pelos louvores que recebe.
  22. Ainda que pises o insensato com mão de gral entre grãos pilados de cevada, não se vai dele a sua estultícia.
  23. Procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos,
  24. porque as riquezas não duram para sempre, nem a coroa, de geração em geração.
  25. Quando, removido o feno, aparecerem os renovos e se recolherem as ervas dos montes,
  26. então, os cordeiros te darão as vestes, os bodes, o preço do campo,
  27. e as cabras, leite em abundância para teu alimento, para alimento da tua casa e para sustento das tuas servas.

Provérbio: O açoite e o insensato

  1. Como a neve no verão e como a chuva na ceifa, assim, a honra não convém ao insensato.
  2. Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu vôo, assim, a maldição sem causa não se cumpre.
  3. O açoite é para o cavalo, o freio, para o jumento, e a vara, para as costas dos insensatos.
  4. Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele.
  5. Ao insensato responde segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos seus próprios olhos.
  6. Os pés corta e o dano sofre quem manda mensagens por intermédio do insensato.
  7. As pernas do coxo pendem bambas; assim é o provérbio na boca dos insensatos.
  8. Como o que atira pedra preciosa num montão de ruínas, assim é o que dá honra ao insensato.
  9. Como galho de espinhos na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos insensatos.
  10. Como um flecheiro que a todos fere, assim é o que assalaria os insensatos e os transgressores.
  11. Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o insensato que reitera a sua estultícia.
  12. Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no insensato do que nele.
  13. Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas.
  14. Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim, o preguiçoso, no seu leito.
  15. O preguiçoso mete a mão no prato e não quer ter o trabalho de a levar à boca.
  16. Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que sabem responder bem.
  17. Quem se mete em questão alheia é como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa.
  18. Como o louco que lança fogo, flechas e morte,
  19. assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.
  20. Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda.
  21. Como o carvão é para a brasa, e a lenha, para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas.
  22. As palavras do maldizente são comida fina, que desce para o mais interior do ventre.
  23. Como vaso de barro coberto de escórias de prata, assim são os lábios amorosos e o coração maligno.
  24. Aquele que aborrece dissimula com os lábios, mas no íntimo encobre o engano;
  25. quando te falar suavemente, não te fies nele, porque sete abominações há no seu coração.
  26. Ainda que o seu ódio se encobre com engano, a sua malícia se descobrirá publicamente.
  27. Quem abre uma cova nela cairá; e a pedra rolará sobre quem a revolve.
  28. A língua falsa aborrece a quem feriu, e a boca lisonjeira é causa de ruína.

Provérbio: Símiles e lições morais

  1. São também estes provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá.
  2. A glória de Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinhá-las.
  3. Como a altura dos céus e a profundeza da terra, assim o coração dos reis é insondável.
  4. Tira da prata a escória, e sairá vaso para o ourives;
  5. tira o perverso da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça.
  6. Não te glories na presença do rei, nem te ponhas no meio dos grandes;
  7. porque melhor é que te digam: Sobe para aqui!, do que seres humilhado diante do príncipe. A respeito do que os teus olhos viram,
  8. não te apresses a litigar, pois, ao fim, que farás, quando o teu próximo te puser em apuros?
  9. Pleiteia a tua causa diretamente com o teu próximo e não descubras o segredo de outrem;
  10. para que não te vitupere aquele que te ouvir, e não se te apegue a tua infâmia.
  11. Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.
  12. Como pendentes e jóias de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento.
  13. Como o frescor de neve no tempo da ceifa, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam, porque refrigera a alma dos seus senhores.
  14. Como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o homem que se gaba de dádivas que não fez.
  15. A longanimidade persuade o príncipe, e a língua branda esmaga ossos.
  16. Achaste mel? Come apenas o que te basta, para que não te fartes dele e venhas a vomitá-lo.
  17. Não sejas freqüente na casa do teu próximo, para que não se enfade de ti e te aborreça.
  18. Maça, espada e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu próximo.
  19. Como dente quebrado e pé sem firmeza, assim é a confiança no desleal, no tempo da angústia.
  20. Como quem se despe num dia de frio e como vinagre sobre feridas, assim é o que entoa canções junto ao coração aflito.
  21. Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber,
  22. porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e o SENHOR te retribuirá.
  23. O vento norte traz chuva, e a língua fingida, o rosto irado.
  24. Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa.
  25. Como água fria para o sedento, tais são as boas-novas vindas de um país remoto.
  26. Como fonte que foi turvada e manancial corrupto, assim é o justo que cede ao perverso.
  27. Comer muito mel não é bom; assim, procurar a própria honra não é honra.
  28. Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio.

Provérbio: O pecado da inveja

  1. Não tenhas inveja dos homens malignos, nem queiras estar com eles,
  2. porque o seu coração maquina violência, e os seus lábios falam para o mal.
  3. Com a sabedoria edifica-se a casa, e com a inteligência ela se firma;
  4. pelo conhecimento se encherão as câmaras de toda sorte de bens, preciosos e deleitáveis.
  5. Mais poder tem o sábio do que o forte, e o homem de conhecimento, mais do que o robusto.
  6. Com medidas de prudência farás a guerra; na multidão de conselheiros está a vitória.
  7. A sabedoria é alta demais para o insensato; no juízo, a sua boca não terá palavra.
  8. Ao que cuida em fazer o mal, mestre de intrigas lhe chamarão.
  9. Os desígnios do insensato são pecado, e o escarnecedor é abominável aos homens.
  10. Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena.
  11. Livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que cambaleiam indo para serem mortos.
  12. Se disseres: Não o soubemos, não o perceberá aquele que pesa os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? E não pagará ele ao homem segundo as suas obras?
  13. Filho meu, saboreia o mel, porque é saudável, e o favo, porque é doce ao teu paladar.
  14. Então, sabe que assim é a sabedoria para a tua alma; se a achares, haverá bom futuro, e não será frustrada a tua esperança.
  15. Não te ponhas de emboscada, ó perverso, contra a habitação do justo, nem assoles o lugar do seu repouso,
  16. porque sete vezes cairá o justo e se levantará; mas os perversos são derribados pela calamidade.
  17. Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar;
  18. para que o SENHOR não veja isso, e lhe desagrade, e desvie dele a sua ira.
  19. Não te aflijas por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos perversos,
  20. porque o maligno não terá bom futuro, e a lâmpada dos perversos se apagará.
  21. Teme ao SENHOR, filho meu, e ao rei e não te associes com os revoltosos.
  22. Porque de repente levantará a sua perdição, e a ruína que virá daqueles dois, quem a conhecerá?
  23. Mais alguns provérbios dos sábios
  24. São também estes provérbios dos sábios. Parcialidade no julgar não é bom.
  25. O que disser ao perverso: Tu és justo; pelo povo será maldito e detestado pelas nações.
  26. Mas os que o repreenderem se acharão bem, e sobre eles virão grandes bênçãos.
  27. Como beijo nos lábios, é a resposta com palavras retas.
  28. Cuida dos teus negócios lá fora, apronta a lavoura no campo e, depois, edifica a tua casa.
  29. Não sejas testemunha sem causa contra o teu próximo, nem o enganes com os teus lábios.
  30. Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra.
  31. Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento;
  32. eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruínas.
  33. Tendo-o visto, considerei; vi e recebi a instrução.
  34. Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso,
  35. assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

Provérbio: O pecado da gula

  1. Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para aquele que está diante de ti;
  2. mete uma faca à tua garganta, se és homem glutão.
  3. Não cobices os seus delicados manjares, porque são comidas enganadoras.
  4. Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a tua inteligência.
  5. Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois, certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus.
  6. Não comas o pão do invejoso, nem cobices os seus delicados manjares.
  7. Porque, como imagina em sua alma, assim ele é; ele te diz: Come e bebe; mas o seu coração não está contigo.
  8. Vomitarás o bocado que comeste e perderás as tuas suaves palavras.
  9. Não fales aos ouvidos do insensato, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.
  10. Não removas os marcos antigos, nem entres nos campos dos órfãos,
  11. porque o seu Vingador é forte e lhes pleiteará a causa contra ti.
  12. Aplica o coração ao ensino e os ouvidos às palavras do conhecimento.
  13. Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá.
  14. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.
  15. Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á também o meu;
  16. exultará o meu íntimo, quando os teus lábios falarem coisas retas.
  17. Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do SENHOR perseverarás todo dia.
  18. Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança.
  19. Ouve, filho meu, e sê sábio; guia retamente no caminho o teu coração.
  20. Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne.
  21. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem.
  22. Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer.
  23. Compra a verdade e não a vendas; compra a sabedoria, a instrução e o entendimento.
  24. Grandemente se regozijará o pai do justo, e quem gerar a um sábio nele se alegrará.
  25. Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se a que te deu à luz.
  26. Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.
  27. Pois cova profunda é a prostituta, poço estreito, a alheia.
  28. Ela, como salteador, se põe a espreitar e multiplica entre os homens os infiéis.
  29. Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos?
  30. Para os que se demoram em beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada.
  31. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.
  32. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco.
  33. Os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades.
  34. Serás como o que se deita no meio do mar e como o que se deita no alto do mastro
  35. e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando despertarei? Então, tornarei a beber.

Provérbio: A riqueza e a pobreza

  1. Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro.
  2. O rico e o pobre se encontram; a um e a outro faz o SENHOR.
  3. O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena.
  4. O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida.
  5. Espinhos e laços há no caminho do perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe deles.
  6. Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.
  7. O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta.
  8. O que semeia a injustiça segará males; e a vara da sua indignação falhará.
  9. O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre.
  10. Lança fora o escarnecedor, e com ele se irá a contenda; cessarão as demandas e a ignomínia.
  11. O que ama a pureza do coração e é grácil no falar terá por amigo o rei.
  12. Os olhos do SENHOR conservam aquele que tem conhecimento, mas as palavras do iníquo ele transtornará.
  13. Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.
  14. Cova profunda é a boca da mulher estranha; aquele contra quem o SENHOR se irar cairá nela.
  15. A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.
  16. O que oprime ao pobre para enriquecer a si ou o que dá ao rico certamente empobrecerá.
  17. Preceitos e admoestações dos sábios
  18. Inclina o ouvido, e ouve as palavras dos sábios, e aplica o coração ao meu conhecimento.
  19. Porque é coisa agradável os guardares no teu coração e os aplicares todos aos teus lábios.
  20. Para que a tua confiança esteja no SENHOR, quero dar-te hoje a instrução, a ti mesmo.
  21. Porventura, não te escrevi excelentes coisas acerca de conselhos e conhecimentos,
  22. para mostrar-te a certeza das palavras da verdade, a fim de que possas responder claramente aos que te enviarem?
  23. Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem oprimas em juízo ao aflito,
  24. porque o SENHOR defenderá a causa deles e tirará a vida aos que os despojam.
  25. Não te associes com o iracundo, nem andes com o homem colérico,
  26. para que não aprendas as suas veredas e, assim, enlaces a tua alma.
  27. Não estejas entre os que se comprometem e ficam por fiadores de dívidas,
  28. pois, se não tens com que pagar, por que arriscas perder a cama de debaixo de ti?
  29. Não removas os marcos antigos que puseram teus pais.
  30. Vês a um homem perito na sua obra? Perante reis será posto; não entre a plebe.