Oração da Esperança

Senhor Jesus Cristo, tu és a nossa esperança, agora e na hora de nosso morte!

Contagiados pelas tuas promessas, aguardamos a Vida Nova que vai brotar de nossas cinzas. Pois firmemente acreditamos que a morte é “passagem” do nosso ser, de um corpo marcado com o selo da imortalidade.

Bem sabemos que este nosso corpo não pode ir muito longe, já que é produto daqui da terra. Aguardamos outro, que jamais perecerá, uma vez que é produto do céu: à semelhança do Corpo que tu mesmo recebeste ao ressuscitar, primícia da nova humanidade, que por ti vive em ti espera…

Essa “passagem” pode ser mistério incompreensível para nós. Mas é mistério de esperança, não de tristeza. Mistério de vida, não de morte. Mistério que dá sentido à nossa existência humana e ao nosso peregrinar por este mundo…

Como tu mesmo disseste, Senhor: “Toda semente jogada no chão acaba por apodrecer. Depois, porém, ela volta à luz do sol, de roupagem nova e resplendorosa”.

Mas, se a erva do campos e as flores do jardim morrem e depois renascem, por que o ser humano uma vez golpeando pela morte, não poderia se levantar de novo?

Ao espalhar a semente pela terra revolvida, o camponês anda firme na esperança de que ela vai germinar e trazer alimento à mesa e alegria aos corações.

Mas nossa esperança de renascer para a Vida Nova tem mas fundamento que a do semeador. Por que ele se baseia na lei da natureza, e nós nos fundamentamos em ti, Senhor: em tua Palavra, em tuas promessas, em tua própria vitória sobre a morte…

Obrigado, Senhor, por esta esperança, primeira flor de tua ressurreição! Pois se, com efeito, sem ela seria terrível enfrentar a vida, mais terrível seria enfrentar a morte.

Amém.

Salmo 67: As nações rendem graças

Ao mestre de canto. Para instrumentos de cordas. Salmo. Cãntico.

  1. Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto;
  2. para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação.
  3. Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos.
  4. Alegrem-se e exultem as gentes, pois julgas os povos com eqüidade e guias na terra as nações.
  5. Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos.
  6. A terra deu o seu fruto, e Deus, o nosso Deus, nos abençoa.
  7. Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o temerão.

Salmo 66: Ofertas de gratidão

Ao mestre de canto. Cãntico. Salmo

  1. Aclamai a Deus, toda a terra.
  2. Salmodiai a glória do seu nome, dai glória ao seu louvor.
  3. Dizei a Deus: Que tremendos são os teus feitos! Pela grandeza do teu poder, a ti se mostram submissos os teus inimigos.
  4. Prostra-se toda a terra perante ti, canta salmos a ti; salmodia o teu nome.
  5. Vinde e vede as obras de Deus: tremendos feitos para com os filhos dos homens!
  6. Converteu o mar em terra seca; atravessaram o rio a pé; ali, nos alegramos nele.
  7. Ele, em seu poder, governa eternamente; os seus olhos vigiam as nações; não se exaltem os rebeldes.
  8. Bendizei, ó povos, o nosso Deus; fazei ouvir a voz do seu louvor;
  9. o que preserva com vida a nossa alma e não permite que nos resvalem os pés.
  10. Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata.
  11. Tu nos deixaste cair na armadilha; oprimiste as nossas costas;
  12. fizeste que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água; porém, afinal, nos trouxeste para um lugar espaçoso.
  13. Entrarei na tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos,
  14. que proferiram os meus lábios, e que, no dia da angústia, prometeu a minha boca.
  15. Oferecer-te-ei holocaustos de vítimas cevadas, com aroma de carneiros; imolarei novilhos com cabritos.
  16. Vinde, ouvi, todos vós que temeis a Deus, e vos contarei o que tem ele feito por minha alma.
  17. A ele clamei com a boca, com a língua o exaltei.
  18. Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido.
  19. Entretanto, Deus me tem ouvido e me tem atendido a voz da oração.
  20. Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça.

Salmo 65: Ações de graças pelas bençãos das searas

Ao mestre de canto. De Davi. Cãntico.

  1. A ti, ó Deus, confiança e louvor em Sião! E a ti se pagará o voto.
  2. Ó tu que escutas a oração, a ti virão todos os homens,
  3. por causa de suas iniqüidades. Se prevalecem as nossas transgressões, tu no-las perdoas.
  4. Bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios; ficaremos satisfeitos com a bondade de tua casa—o teu santo templo.
  5. Com tremendos feitos nos respondes em tua justiça, ó Deus, Salvador nosso, esperança de todos os confins da terra e dos mares longínquos;
  6. que por tua força consolidas os montes, cingido de poder;
  7. que aplacas o rugir dos mares, o ruído das suas ondas e o tumulto das gentes.
  8. Os que habitam nos confins da terra temem os teus sinais; os que vêm do Oriente e do Ocidente, tu os fazes exultar de júbilo.
  9. Tu visitas a terra e a regas; tu a enriqueces copiosamente; os ribeiros de Deus são abundantes de água; preparas o cereal, porque para isso a dispões,
  10. regando-lhe os sulcos, aplanando-lhe as leivas. Tu a amoleces com chuviscos e lhe abençoas a produção.
  11. Coroas o ano da tua bondade; as tuas pegadas destilam fartura,
  12. destilam sobre as pastagens do deserto, e de júbilo se revestem os outeiros.
  13. Os campos cobrem-se de rebanhos, e os vales vestem-se de espigas; exultam de alegria e cantam.

Salmo 64: Proteção contra os inimigos

O Salmo 64 nos traz a proteção contra os inimigos, contra todos aqueles que nos quer o mal ou, de alguma forma, querem nos prejudicar.

Salmo 64 e a proteção contra os inimigos

Ao mestre de canto. Salmo de Davi.

  1. Ouve, ó Deus, a minha voz nas minhas perplexidades; preserva-me a vida do terror do inimigo.
  2. Esconde-me da conspiração dos malfeitores e do tumulto dos que praticam a iniqüidade,
  3. os quais afiam a língua como espada e apontam, quais flechas, palavras amargas,
  4. para, às ocultas, atingirem o íntegro; contra ele disparam repentinamente e não temem.
  5. Teimam no mau propósito; falam em secretamente armar ciladas; dizem: Quem nos verá?
  6. Projetam iniqüidade, inquirem tudo o que se pode excogitar; é um abismo o pensamento e o coração de cada um deles.
  7. Mas Deus desfere contra eles uma seta; de súbito, se acharão feridos.
  8. Dessarte, serão levados a tropeçar; a própria língua se voltará contra eles; todos os que os vêem meneiam a cabeça.
  9. E todos os homens temerão, e anunciarão as obras de Deus, e entenderão o que ele faz.
  10. O justo se alegra no SENHOR e nele confia; os de reto coração, todos se gloriam.

Salmo 63: Buscando a Deus

Salmo de Davi, quando no deserto de Judá.

  1. Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água.
  2. Assim, eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória.
  3. Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.
  4. Assim, cumpre-me bendizer-te enquanto eu viver; em teu nome, levanto as mãos.
  5. Como de banha e de gordura farta-se a minha alma; e, com júbilo nos lábios, a minha boca te louva,
  6. no meu leito, quando de ti me recordo e em ti medito, durante a vigília da noite.
  7. Porque tu me tens sido auxílio; à sombra das tuas asas, eu canto jubiloso.
  8. A minha alma apega-se a ti; a tua destra me ampara.
  9. Porém os que me procuram a vida para a destruir abismar-se-ão nas profundezas da terra.
  10. Serão entregues ao poder da espada e virão a ser pasto dos chacais.
  11. O rei, porém, se alegra em Deus; quem por ele jura gloriar-se-á, pois se tapará a boca dos que proferem mentira.

Salmo 62: Exortação à confiança

Ao mestre de canto. Segundo a melodia de Jedutum. De Davi.

  1. Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação.
  2. Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei muito abalado.
  3. Até quando acometereis vós a um homem, todos vós, para o derribardes, como se fosse uma parede pendida ou um muro prestes a cair?
  4. Só pensam em derribá-lo da sua dignidade; na mentira se comprazem; de boca bendizem, porém no interior maldizem.
  5. Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança.
  6. Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei jamais abalado.
  7. De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; estão em Deus a minha forte rocha e o meu refúgio.
  8. Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.
  9. Somente vaidade são os homens plebeus; falsidade, os de fina estirpe; pesados em balança, eles juntos são mais leves que a vaidade.
  10. Não confieis naquilo que extorquis, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração.
  11. Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: Que o poder pertence a Deus,
  12. e a ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obras.

Salmo 61: Oração pelo rei

Ao mestre de canto. Com instrumentos de cordas. De Davi.

  1. Ouve, ó Deus, a minha súplica; atende à minha oração.
  2. Desde os confins da terra clamo por ti, no abatimento do meu coração. Leva-me para a rocha que é alta demais para mim;
  3. pois tu me tens sido refúgio e torre forte contra o inimigo.
  4. Assista eu no teu tabernáculo, para sempre; no esconderijo das tuas asas, eu me abrigo.
  5. Pois ouviste, ó Deus, os meus votos e me deste a herança dos que temem o teu nome.
  6. Dias sobre dias acrescentas ao rei; duram os seus anos gerações após gerações.
  7. Permaneça para sempre diante de Deus; concede-lhe que a bondade e a fidelidade o preservem.
  8. Assim, salmodiarei o teu nome para sempre, para cumprir, dia após dia, os meus votos.

Provérbio: A glória da luz do dia

  1. Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz.
  2. Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estrangeiro, e não os teus lábios.
  3. Pesada é a pedra, e a areia é uma carga; mas a ira do insensato é mais pesada do que uma e outra.
  4. Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja?
  5. Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.
  6. Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos.
  7. A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.
  8. Qual ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lar.
  9. Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial.
  10. Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai, nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade. Mais vale o vizinho perto do que o irmão longe.
  11. Sê sábio, filho meu, e alegra o meu coração, para que eu saiba responder àqueles que me afrontam.
  12. O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena.
  13. Tome-se a roupa àquele que fica fiador por outrem; e, por penhor, àquele que se obriga por mulher estranha.
  14. O que bendiz ao seu vizinho em alta voz, logo de manhã, por maldição lhe atribuem o que faz.
  15. O gotejar contínuo no dia de grande chuva e a mulher rixosa são semelhantes;
  16. contê-la seria conter o vento, seria pegar o óleo na mão.
  17. Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo.
  18. O que trata da figueira comerá do seu fruto; e o que cuida do seu senhor será honrado.
  19. Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem.
  20. O inferno e o abismo nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem.
  21. Como o crisol prova a prata, e o forno, o ouro, assim, o homem é provado pelos louvores que recebe.
  22. Ainda que pises o insensato com mão de gral entre grãos pilados de cevada, não se vai dele a sua estultícia.
  23. Procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos,
  24. porque as riquezas não duram para sempre, nem a coroa, de geração em geração.
  25. Quando, removido o feno, aparecerem os renovos e se recolherem as ervas dos montes,
  26. então, os cordeiros te darão as vestes, os bodes, o preço do campo,
  27. e as cabras, leite em abundância para teu alimento, para alimento da tua casa e para sustento das tuas servas.

Provérbio: O açoite e o insensato

  1. Como a neve no verão e como a chuva na ceifa, assim, a honra não convém ao insensato.
  2. Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu vôo, assim, a maldição sem causa não se cumpre.
  3. O açoite é para o cavalo, o freio, para o jumento, e a vara, para as costas dos insensatos.
  4. Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele.
  5. Ao insensato responde segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos seus próprios olhos.
  6. Os pés corta e o dano sofre quem manda mensagens por intermédio do insensato.
  7. As pernas do coxo pendem bambas; assim é o provérbio na boca dos insensatos.
  8. Como o que atira pedra preciosa num montão de ruínas, assim é o que dá honra ao insensato.
  9. Como galho de espinhos na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos insensatos.
  10. Como um flecheiro que a todos fere, assim é o que assalaria os insensatos e os transgressores.
  11. Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o insensato que reitera a sua estultícia.
  12. Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no insensato do que nele.
  13. Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas.
  14. Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim, o preguiçoso, no seu leito.
  15. O preguiçoso mete a mão no prato e não quer ter o trabalho de a levar à boca.
  16. Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que sabem responder bem.
  17. Quem se mete em questão alheia é como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa.
  18. Como o louco que lança fogo, flechas e morte,
  19. assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.
  20. Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda.
  21. Como o carvão é para a brasa, e a lenha, para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas.
  22. As palavras do maldizente são comida fina, que desce para o mais interior do ventre.
  23. Como vaso de barro coberto de escórias de prata, assim são os lábios amorosos e o coração maligno.
  24. Aquele que aborrece dissimula com os lábios, mas no íntimo encobre o engano;
  25. quando te falar suavemente, não te fies nele, porque sete abominações há no seu coração.
  26. Ainda que o seu ódio se encobre com engano, a sua malícia se descobrirá publicamente.
  27. Quem abre uma cova nela cairá; e a pedra rolará sobre quem a revolve.
  28. A língua falsa aborrece a quem feriu, e a boca lisonjeira é causa de ruína.